15.6.07

Há noites assim

Há noites que não se esquecem, e a noite de sexta-feira dia 1 de Julho é uma delas.

Era a festa da Educação Física. O Pavilhão da nossa Escola estava lotado. Alunos, professores, funcionários, pais, convidados e outros, encheram o 2º Sarau de Ginástica.

O espectáculo contou com a presença de outras instituições que foram ao longo da noite apresentando os seus atletas nas mais diferentes coreografias.

A nossa escola teve uma prestação digna de registo. Para além dos vários grupos de Hip Hop que se foram apresentando, as classes de saltos, ginástica de grupo, coreografias deixaram nos presentes a certeza do magnífico trabalho que o Departamento de Educação Física está a desenvolver, muito especialmente porque tem um grupo de gente excelente, jovem, dinâmica e empenhada que veio dar um novo fôlego ao Departamento reflectindo-se na vida da escola.

Mas houve um momento mágico nessa noite. Um momento de cor, alegria, ritmo e muito medo também. Estou, a referi-me a um grupo de professores muito colorido, muito compenetrado e dignamente vestido conforme o baú lá de casa. A sua entrada em cena foi aplaudida efusivamente, afinal estávamos perante uma estreia absoluta no mundo do espectáculo. Tinha chegado a hora de mostrar aquilo que há muitos meses andavam a treinar, dias e dias de sacrifício de esforço de noites mal dormidas de discussões porque lá em casa ninguém percebe porque é que agora, com esta idade, decide ser bailarina.

Entraram ordeiramente atrás umas das outras e era ver uma fila de laços na cabeça e cabeleiras coloridas de cores e feitios para todos os gostos.

Ocuparam os seus lugares na coreografia e numa explosão de movimento e cor ao som da música dos anos 70 assistimos a um dos pontos altos da noite.

O “medley” era composto por uma série de êxitos que, para os da minha idade, nos fazia recuar no tempo e no espaço transportando-nos para o mítico baile da “garagem”. Tudo se conjugava, a música a roupa os adereços e a timidez destas “adolescentes” já maduras que transpiravam por todos os poros a irreverência de “peace and love”.

Enquanto este grupo de dança actuava os professores jovens de E.F. iam deliciando a assistência com uma série de exercícios no solo absolutamente fantásticos.

E as nossas bailarinas lá iam cumprindo estrondosamente a sua obrigação. Era vê-las a interpretar o “Fame”. Com gestos, nem sempre coincidentes, mas de grande qualidade artística. Pelo meio delas vislumbrava-se uma presença masculina, vestida de negro, tentando dar mais seriedade à coisa.

È verdade que algumas bailarinas iam para a esquerda quando deviam de ir para a direita. Umas levantavam os braços para cima em vez de esticá-los para baixo, ou davam meia volta para traz quando era para ir em frente, mas quem é que se importou com isso?.

Aquela dúzia, quase meia, de estrelas coloridas esvoaçando ao som da música da nossa juventude mais pareciam as amigas de Apolo depois de uma noite de ressaca. Estava a brincar, não pareciam as amigas de Apolo.

Companheiras, continuem, foi uma noite e tanto, e se for preciso algum contacto, assinar um contrato, uma deslocação, um espectáculo seja aquilo que for contem comigo como vossa “maneger”, o futuro que nos aguarde.

Uma vossa admiradora incondicional.


Madalena Garcia